segunda-feira, 2 de julho de 2012

Do não saber


 Era só mais uma segunda-feira cinza e fria. E dentro dela uma angustia que parecia não caber no peito. Não havia razões para se sentir assim, era apenas medo de perder... Perder o que ainda não lhe pertencia.
Insegurança. Já não se sentia bela e interessante como antes. As outras garotas eram sempre mais atraentes do que ela. Coisas de mulher!
Ela procurava nos sinais do seu moço bonito algum motivo para que ela sentisse esperança. Em vão! Não havia nele sinal algum, não que ela pudesse notar...
Ali sentada próxima ao rio, ela desejava que seus sentimentos fossem levados pela correnteza... Mas como deixar ir embora aquilo que não revelou ainda?
Então ela entendeu que angustia era, simplesmente, o medo do irreal...
De repente uma voz interrompe seus pensamentos. Interrompe o rio veloz, interrompe também o vento frio que balança as arvores...
-Posso sentar? Dizia o moço bonito com um sorriso sincero.
-Claro! Respondeu a moça boba com um sorriso sem graça.
-Você parece triste moça. Quer me dizer alguma coisa?
-Não...
-Tem certeza? Não existe algo que eu possa fazer para te deixar feliz?  
Ele era sua felicidade, mas ela não lhe respondeu. E com uma vontade imensa de ficar, levantou-se e despediu-se de seu moço bonito.
E ele ficou ali, parado, sentindo o vento frio que voltou a balançar as arvores, olhando o rio que voltou a correr veloz...
Desejou naquele instante que seus sentimentos também fossem levados pela correnteza.
Pensava ele ser incapaz de fazer feliz aquela moça boba que lhe fazia tão bem e que ele achava tão bonita.